A reintegração de posse contra uma ocupação que abriga pessoas desabrigadas pelas enchentes de maio, no centro histórico de Porto Alegre, foi suspensa. A ocupação, que abriga mais de 150 pessoas e existe desde o dia 24 de maio, esteve sob ameaça de reintegração de posse desde o dia 12 de agosto, quando o limite de sessenta dias para a desocupação voluntária terminou. 71352z
Os moradores da ocupação estavam sob ataques desde junho, quando sofreram ameaças do proprietário do imóvel ocupado, um antigo hotel que estava abandonado há mais de 10 anos, inclusive tendo a água do prédio cortada pela Brigada Militar.
Frente a todos os ataques às famílias, todas oriundas de bairros da Zona Norte da capital, uma área destruída pelas enchentes, os moradores permaneceram na luta pela moradia, rejeitando e rechaçando ofertas do velho Estado de serem removidos para abrigos ou “casas temporárias”.
No dia 14 de agosto, os moradores realizaram uma grande manifestação contra a reintegração de posse, que contou com amplo apoio de moradores das redondezas.
No mesmo dia, a notícia da suspensão da operação de repressão chegou.
Alguns moradores conversaram com o Correspondente Local de AND e destacaram que a ocupação demonstra como a persistência e a mobilização organizada é a única via que o povo tem na luta pela defesa dos seus direitos, principalmente na sagrada luta pela moradia e pela terra. Trata-se de uma alternativa bastante concreta às promessas eleitoreiras ou reivindicações vazias através do qual o povo pode exigir a reparação completa dos danos causados pelas enchentes.