Presidente da falsa ‘Autoridade’ Palestina defende fim da resistência armada a Israel e condena 7 de outubro 3g6si

Posição foi defendida em carta enviada ao presidente francês Emmanuel Macron. Palestinos defensores da Resistência classificam declaração como "lamentável" e "capitulação política".
Abbas defendeu desmilitarização do Hamas em carta a Macron. Foto: Raneen Sawafta

Presidente da falsa ‘Autoridade’ Palestina defende fim da resistência armada a Israel e condena 7 de outubro 3g6si

Posição foi defendida em carta enviada ao presidente francês Emmanuel Macron. Palestinos defensores da Resistência classificam declaração como "lamentável" e "capitulação política".

Em carta endereçada ontem (11/06) ao presidente do Estado imperialista francês e colaborador do regime sionista de Israel, Emmanuel Macron, o presidente da falsa Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, defendeu que a organização de resistência Hamas largue as armas e abandone o governo em Gaza, permitindo que Israel massacre os palestinos sem nenhuma oposição armada, e condenou a operação Dilúvio de Al-Aqsa – a grande ofensiva tática do dia 7 de outubro de 2023. A declaração “causa estranheza e ampla rejeição, não apenas por contradizer os princípios nacionais palestinos, mas por vir do chefe da liderança política palestina — alguém que deveria representar a unidade do povo e seus direitos legítimos, e não exigir o desmantelamento de um dos pilares centrais de sua luta legítima contra a ocupação”, disse o Dr. Ahmad Shehada, presidente do Instituto Brasil-Palestina, ao AND. j39n

Abbas defendeu que “o Hamas não governará mais Gaza e deve entregar suas armas e capacidades militares às Forças de Segurança Palestinas”. As “Forças de Segurança Palestinas” são órgãos controlados pela AP e envolvidos em uma série de sequestros, prisões e assassinatos de militantes da Resistência Nacional Palestina. Em janeiro de 2025, a polícia da AP invadiu várias cidades na Cisjordânia para prender combatentes patriotas durante a operação israelense “Muro de Ferro”.

Guerrilheiros palestinos na Cisjordânia. Foto: Reprodução

A colaboração entre a AP, incluindo suas forças policiais, e o regime israelense, foi responsável pelo aumento das mortes na Cisjordânia. Em 2021, os israelenses mataram 146 palestinos na Cisjordânia, o maior número desde 2004. Entre os mortos estavam cinco mulheres e 34 menores, o mais novo deles com 12 anos. Mesmo assim, Abbas defendeu que “o Estado Palestino não tem a intenção de ser um Estado militarizado”, aceitando que o massacre continue sem uma potente força militar palestina capaz de confrontar a ocupação.

Para Shehada, “o apelo de Abbas para excluir a resistência do governo constitui uma violação direta da vontade da maioria do povo palestino, que expressou repetidamente seu apoio à resistência em todas as formas — não apenas contra a agressão militar israelense, mas também na luta contra projetos políticos que buscam eliminar a causa palestina”.

Soldados israelenses são feridos em Shejaiya com a intensificação das emboscadas da resistência – A Nova Democracia
Combatentes palestinos teriam lançado uma operação de resistência em Shejaiya, ferindo gravemente um soldado israelense e provocando uma evacuação de emergência por helicóptero militar para Jerusalém ocupada.
anovademocracia-br.noticiaderondonia.com

Acordos de desarmamento já foram feitos anteriormente, como os Acordos de Oslo em 1993 e 1995, mas a experiência demonstra que qualquer tentativa de isolar ou desarmar a resistência só levou ao enfraquecimento da posição nacional palestina e à fragmentação da sua unidade política. Por isso, “o apelo do presidente da Autoridade Palestina para desarmar a resistência e excluí-la do governo não pode ser visto senão como uma capitulação política e uma postura contrária ao núcleo da luta nacional palestina, além de violar o direito internacional e a própria constituição palestina”, diz Shehada. A capitulação é contrária ao direito internacional porque há convenções que defendem que a resistência contra ocupação militar é um direito legítimo, e até mesmo um dever, dos povos sob dominação estrangeira. A resolução 37/43 da ONU, de 1982, afirma explicitamente que a “legitimidade da luta dos povos para se libertarem do colonialismo e da ocupação estrangeira por todos os meios, incluindo a luta armada”.

Abbas condena Dilúvio de Al-Aqsa 2a2o1p

O capitulador Abbas classificou a operação Dilúvio de Al-Aqsa como “inaceitável e repreensível”, ignorando o fato de que foi a ofensiva tática do dia 7 de outubro de 2023 que impulsionou a causa Palestina no mundo inteiro. O coordenador da rede Amigos da Palestina, Habib Omar, em conversa com o AND, classificou a posição de Abbas como “lamentável”. “Não é aceitável nem lógico culpar a resistência palestina pelos crimes e pelo genocídio da ocupação israelense”, acrescentou ele.

Antes do 7 de outubro, o povo palestino já estava submetido a um cerco ilegal, resultado da expulsão e massacre de palestinos em curso desde 1948, e a um extermínio crescente. O número de palestinos assassinados por Israel bateu recordes em 2021 e 2022. Até mesmo jornalistas e cidadãos de outros países já eram vítimas do massacre naquela época, como foram os casos da jornalista do Al Jazeera Shireen Abu Akleh e o cidadão americano Omar Assad, um homem de 80 anos executado por israelenses com os pulsos algemados.

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Por outro lado, desde o dia 7 de outubro de 2023, protestos, ocupações, ações armadas e outras formas de resistência em defesa da Palestina se generalizaram pelo mundo. Em novembro de 2023, somente um mês depois do início da guerra, 500 mil pessoas protestaram em Washington D.C. Foi o maior protesto pró-Palestina na história dos EUA. No Reino Unido, manifestantes marcham pelo fim do genocídio todos os sábados, sem exceção, com os maiores protestos ocorrendo em Londres. No Iémen, marchas em defesa da Resistência Nacional Palestina ocorrem toda sexta-feira. No campo diplomático, os Acordos de Abraão (acordos de normalização de relações de alguns Estados árabes com o Estado de Israel) foram impactados, ando à estagnação. Ao menos 11 países convocaram seus embaixadores de Israel ou cortaram relações diplomáticas com o país.

Abbas e Fatah em queda b2y3y

Ao contrapor o direito à resistência do povo palestino e os termos atingidos pela Resistência Nacional no Acordo de Pequim – que defende a formação de um governo de unidade nacional até as próximas eleições, que têm sido adiadas pelo governo da Autoridade Palestina –, Abbas fortalece a tendência de rejeição popular à AP e ao Fatah. O Centro Palestino de Pesquisa Política e Pesquisa Social indica que a aprovação de Abbas não supera os 20% e que grande parte dos palestinos exige a renúncia do capitulador. “O próprio Fatah enfrenta um enfraquecimento contínuo, está isolado e enfrenta forte rejeição popular frente à ascensão das forças de resistência”, pontua Shehada. Ele acrescenta que, atualmente, o governo da AP é conduzido por decretos presidenciais e sem nenhuma supervisão legislativa ou parlamentar.

Habib, que tem um profundo conhecimento sobre a história da Palestina, adenda que a credibilidade da AP e do Fatah estão em queda desde a Segunda Intifada e as eleições de 2005-2006. Nesse pleito, o Hamas ganhou a maior parte das cadeiras no parlamento e, por isso, galgou ministérios no governo palestino presidido pela AP. Amedrontado, o Estado israelense exigiu que a AP retirasse o Hamas dos cargos, o que foi prontamente atendido. Em resposta, o Hamas expulsou a AP da Faixa de Gaza. “É cada vez mais evidente que a AP não é mais a verdadeira representante de todos os palestinos, e nem mesmo de todo o Fatah; em vez disso, atua em prol dos interesses de um grupo menor de figuras influentes da política, do comércio e da segurança, pertencentes à liderança”, conclui Habib.

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