PB: Moradores da Ocupação Jurema em Campina Grande resistem à tentativa de retirada forçada pela PM 2wk5o

Famílias denunciam desocupação autoritária.

PB: Moradores da Ocupação Jurema em Campina Grande resistem à tentativa de retirada forçada pela PM 2wk5o

Famílias denunciam desocupação autoritária.

No dia 22 de maio, moradores da Ocupação Jurema, no bairro do Tambor, em Campina Grande (PB), resistiram a uma tentativa de retirada forçada por parte da Polícia Militar (PM), a mando de uma suposta proprietária que não apresentou nenhum documento que comprovasse a posse do terreno. 6t2nd

Segundo relatos dos moradores, a ação ocorreu de forma completamente arbitrária e truculenta, sem a apresentação de mandado judicial, sendo marcada por ameaças e intimidações. Os policiais militares teriam ameaçado usar balas de borracha, bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo contra os ocupantes, incluindo mulheres, idosos e crianças, e ainda teriam afirmado que efetuariam prisões indiscriminadamente. A única justificativa apresentada foi um desenho feito à mão de um suposto loteamento da prefeitura, apresentado pela mulher que se identifica como proprietária.

Antes da operação, ela enviou máquinas ao local com o objetivo de “limpar o terreno”, o que, na prática, significou a destruição dos barracos erguidos pelas famílias. Os moradores mais recentes da ocupação, que se formou há cerca de dois meses, denunciam que a real intenção era o despejo forçado das famílias, sem qualquer respaldo legal. A área também abriga moradias mais antigas, com moradores de até 30 anos, cuja posse ou a ser reivindicada pela mesma mulher.

De acordo com os ocupantes, o terreno estava abandonado há décadas, sendo anteriormente utilizado como ponto de tráfico de drogas e prática de violência, incluindo abusos sexuais. Foi somente após a chegada das famílias que o local ou a ter uso, com a construção de moradias e a organização comunitária. Os moradores agora planejam a construção de uma escola popular, uma associação de moradores e uma horta comunitária.

Uma nota redigida pela liderança local e os demais moradores, expondo a situação da região e a razão da ocupação, pode ser lida abaixo.

Nota dos moradores da Ocupação Jurema

Estamos diante de uma realidade dura, mas infelizmente comum para milhares de brasileiros: cerca de 30 famílias estão ocupando uma área de terra por absoluta necessidade. Entre elas, crianças autistas, idosos, mães solo e trabalhadores que não têm onde morar. Essa ocupação não é um ato de confronto, é um ato de desespero e de esperança por dignidade.

As famílias chegaram ao local de forma organizada, com respeito ao espaço e ao próximo. A proposta é simples: construir uma moradia onde possam viver com segurança, paz e estabilidade. Já estamos realocando nossos pertences, montando barracos simples, com os poucos recursos que temos, e buscando apoio solidário da sociedade.

Nos últimos dias, fomos surpreendidos por uma mulher que se apresentou como suposta dona do terreno, munida apenas de um mapa de loteamento, sem matrícula registrada ou documentação oficial. A situação se agravou quando policiais foram acionados e, sob ameaças, obrigaram famílias a sair do local, mesmo sem ordem judicial. Isso tudo foi registrado em vídeos e fotos, e há reportagens circulando nas redes sociais sobre o ocorrido.

Estamos retornando ao local porque não temos outra opção. Nossas crianças precisam de um lar, nossos idosos não am mais viver de favor ou em condições precárias. Estamos aqui com fé, com luta, mas também com diálogo. Esperamos que as autoridades competentes se sensibilizem com esta situação e abram um canal de escuta, negociação e apoio social.

Pedimos apoio da população, dos órgãos de justiça, dos defensores públicos, do Ministério Público, dos movimentos de moradia e dos profissionais da imprensa. O que está em jogo é o direito à terra para aqueles que vivem e trabalham nela.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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