Israel matou uma média de 21,3 mulheres palestinas por dia, ou aproximadamente uma mulher por hora, por meio de bombardeios diretos à Faixa de Gaza desde outubro de 2023, de acordo com o Monitor Euro-Mediterrânico de Direitos Humanos. 6i3e53
Esse número não inclui aquelas que morreram “devido ao cerco, à fome ou à falta de cuidados médicos”, disse a organização com sede em Genebra nesta segunda-feira (12/05).
“A taxa chocante e sem precedentes com que as mulheres estão sendo mortas na Faixa de Gaza reflete um padrão sistemático de assassinatos em massa por parte de Israel, visando deliberadamente mulheres palestinas, especialmente mães”, declarou a entidade.
Destruição de ‘uma demografia inteira’ 1v3i4q
Citando novamente sua equipe de campo em Gaza, a organização destacou que muitas das mulheres mortas estavam em idade fértil, incluindo aquelas “mortas junto com seus filhos em suas casas, campos de refugiados, abrigos temporários, ou enquanto fugiam em busca de segurança ou tentavam proteger seus filhos dos bombardeios”.
“O padrão crescente de alvos diários indica que Israel está usando o assassinato de mulheres palestinas na Faixa de Gaza como ferramenta para destruir toda uma população, o que se enquadra no crime de genocídio segundo o direito internacional”, declarou o Monitor Euro-Med.
Os dados de campo revelaram “um padrão sistemático por parte de Israel de ass mulheres grávidas e jovens mães junto com seus filhos, ou enquanto tentam cuidar e proteger suas famílias”.
“Trata-se de uma violação flagrante do direito humanitário internacional, e de um ato que ameaça diretamente o futuro da população palestina”, reforçou a entidade.
Quase 8 mil mães assassinadas 1m36g
Registros oficiais de saúde confirmam o assassinato de 12.400 mulheres palestinas, incluindo 7.920 mães, ao longo dos 582 dias da ofensiva genocida de Israel contra Gaza, informou o Monitor Euro-Med.
Os dados de campo ainda indicam que as taxas de mortalidade entre mães, gestantes e mulheres em período de amamentação “atingiram níveis sem precedentes devido aos bombardeios diretos de Israel”.
O órgão de direitos humanos ressaltou que a violência de Israel “vai além das mortes”, pois 60.000 mulheres grávidas estão atualmente em condições graves devido à desnutrição, fome e ausência de cuidados médicos adequados, citando o Ministério da Saúde palestino.
“Essa situação é consequência direta do bloqueio rigoroso imposto por Israel e da proibição da entrada de bens e ajuda desde o início de março”, afirmou o Monitor Euro-Med.
‘Elemento de genocídio’ 5a6f6b
A organização enfatizou que o assassinato de mulheres e mães palestinas, especialmente gestantes, “segue um padrão claro de prevenção de nascimentos, constituindo um elemento fundamental de genocídio conforme o Artigo 2(d) da Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio de 1948”.
Esse artigo define como ato de genocídio “a imposição de medidas destinadas a impedir nascimentos dentro do grupo”, observou o órgão.
A prevenção de nascimentos na Faixa de Gaza por parte de Israel “assume múltiplas formas, incluindo o assassinato direto de mulheres em idade fértil; o ataque a mães grávidas; a destruição da infraestrutura de saúde relacionada ao parto e aos cuidados maternos; a negação de medicamentos e suprimentos médicos essenciais; a fome imposta a mães e bebês; e a ausência de nutrição adequada, resultando em mortes lentas e graves complicações de saúde”.
Angústia psicológica 53296y
Além disso, mães palestinas sofrem uma angústia psicológica profunda devido à perda de seus filhos, maridos e/ou lares, assim como pela incapacidade de se protegerem, protegerem suas famílias ou garantirem seu sustento, apontou a organização.
A falta de segurança e os repetidos deslocamentos agravam ainda mais a ansiedade, a depressão e o trauma psicológico severo.
“Fomos deslocados mais de 10 vezes e sobrevivemos a muitos bombardeios”, disse Abeer H., mãe de quatro filhos da Cidade de Gaza, que pediu para não ter seu sobrenome divulgado por razões de segurança.
“Não consigo tranquilizar meus filhos. Todas as noites, eles adormecem ao som de bombas, e eu choro, com medo de acordar e não encontrar nenhum deles vivo”, disse ela.
Ela acrescentou: “Testemunhei mães e filhos morrendo tragicamente. Me tornei uma mãe impotente, sem comida”.
Chamado por ação internacional 6b6o2p
O Monitor Euro-Med instou todos os Estados, individual e coletivamente, “a cumprirem suas obrigações legais tomando medidas urgentes para deter o genocídio” em Gaza.
Além disso, a organização pediu que esses Estados garantam que Israel cumpra o direito internacional e as decisões da Corte Internacional de Justiça, e que seja responsabilizado “por seus crimes contra os palestinos”.
Em 7 de outubro de 2023, após uma operação da Resistência Palestina no sul de Israel, o exército israelense lançou uma guerra genocida contra o povo palestino, matando mais de 52.000 pessoas, ferindo mais de 118.000, com mais de 14.000 ainda desaparecidas.