No dia 09/12, aconteceu na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) uma reunião para discutir o projeto da construção de uma nova escola de sargentos do exército na região metropolitana de Recife (PE). No evento, estiveram o general Tomás Paiva, o presidente Luiz Inácio e seu ministro da defesa, José Múcio, a governadora Raquel Lyra/PSDB, e João Campos/PSB, prefeito de Recife. O governo do estado se dispôs a conceder para o exército o terreno onde seria construído o falido projeto da Cidade da Copa, em São Lourenço (PE). 2f234q
O deputado Álvaro Porto/PSDB, presidente da Alepe, por conta da atuação do general Tomás Paiva na instalação da escola, decidiu homenageá-lo com o título honorífico de cidadão de Pernambuco. “É uma homenagem que representa bastante aqui para o nosso estado e também para o Brasil”, afirmou o deputado.
Contradições com a população e o meio natural q4q2g
A cidade do Recife também é sede do Comando Militar do Nordeste (CMNE), e agora receberá os cursos de formação, que antes eram distribuídos por 16 centros espalhados pelo Brasil. A nova escola de sargentos do exército irá centralizar a formação de agentes na capital pernambucana, e também será sede de 3 organizações militares já presentes na cidade: o parque regional de manutenção da sétima região militar, o sétimo depósito de suprimentos e o 14º batalhão logístico.
Nomeado em homenagem a um general golpista do regime de Getúlio Vargas, o campo Marechal Newton Cavalcanti será estabelecido em uma área de 7 mil hectares de preservação ambiental da mata atlântica. Em 2022, o exército pediu licenças ambientais ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), que confirmou que a lei federal permite isenção de licenciamento ambiental para projetos militares. Por isso, as obras no campo não estão sujeitas a licenças ambientais.
O projeto preocupa a população pelo impacto da construção nas nascentes de rio que abastecem a Barragem de Botafogo, responsável pela distribuição de água para as cidades de Olinda, Paulista, Igarassu e Abreu e Lima. Uma moradora do bairro de Olinda relatou a um Correspondente Local do AND que a falta de água na região já ocorre há tempos, e que seria um “desastre” para a população se o abastecimento de água fosse impactado. No decorrer da conversa, foi relatado pela moradora que “fazem 27 dias que só chega água aqui no final de semana. Se mudar, o rio não chega mais nunca. A água tem que chegar pro povo! Tenente dono de rio? É terra da gente que há muito tempo tem enganação para dizer que não é.”
O investimento do governo federal para financiar o projeto é de cerca de R$1,8 bilhão, dos quais R$320 milhões vêm dos cofres públicos de Pernambuco para a construção de estradas e obras de o à vila militar, que também compõe o projeto com 576 apartamentos para alojar cerca de 6,2 mil pessoas. Segundo os comandantes do exército, o complexo militar funcionará parcialmente a partir de 2028. A Escola de Sargentos deve operar a partir de 2034.