Caravanas participantes do movimento Marcha Global para Gaza, do qual a Flotilha da Liberdade faz parte, foram negadas a agem pelo Egito e pela Líbia Oriental. A medida se dá após o ministro da defesa sionista, Israel Katz, solicitar ao Egito a detenção de ativistas e classificá-los como “manifestantes jihadistas”, sob o argumento que a presença dos manifestantes entregando comida e suprimento para o povo de Gaza faminto seria uma ameaça para o exército israelense. 6fa46
As autoridades egípcias também prenderam a delegação brasileira Central Sindical Popular CONLUTAS e da delegação do Sindicato dos Trabalhadores da USP junto aos manifestantes da Grécia, Estados Unidos, Austrália, França, Espanha, Países Baixos e Marrocos, que foram impedidos de deixar os aeroportos ou arrancados de seus quartos em hotéis, foram revistados e tiveram seus pertences tomados pelas autoridades.
Fontes do governo egípcio alegam ter deportado aproximadamente três dúzias de ativistas, mas outras fontes, como o monopólio de imprensa Reuters, constatam que pelo menos 73 estrangeiros foram deportados e mais de 100 esperam nos aeroportos. Manifestantes detidos no aeroporto relatam que estão sendo forçados a ficar em salas lotadas com mais de 60 pessoas e sem previsão de quando poderão sair. O Egito alega que os manifestantes planejavam se manifestar em Sinai sem obter as autorizações necessárias. Porém, líderes do movimento negam essa constatação e destacam sua intenção de seguir as leis e protocolos do Egito para continuar a marcha.
A marcha Global para Gaza é composta por mais de 4.000 pessoas oriundas de mais de 80 países e tem como objetivo realizar transporte de suprimentos humanitários básicos para a região da Faixa de Gaza, reconhecida este ano como “Lugar mais faminto do mundo” pelo porta-voz da ONU Jens Laerke devido aos ataques e bloqueios sionistas. É um movimento popular organizado como resposta à inação de governos pelo mundo todo contra o genocídio praticado pelo estado sionista e visando a quebra do bloqueio que Israel realiza contra o povo palestino.
Particular destaque se dá para a caravana Sumud, composta por aproximadamente 1500 pessoas oriundas da Tunísia, Argélia, Mauritânia e outros países africanos. No momento, a caravana está atravessando a Líbia rumo ao Egito para cruzar a região de Sinai até a cidade de El Arish e de lá caminhar por 50 quilômetros até a fronteira de Rafah. Porém, no dia 12 de Junho, ela e vários outros grupos de manifestantes foram retidos pelo governo egípcio.
O discurso do velho Estado egípcio, publicado em seus monopólios de mídia sobre apoiar as manifestações pela palestina é meramente protocolar, o governo persegue manifestantes egípcios por participarem de atos em defesa do povo palestino, considerando os atos uma tentativa de “envergonhar” o país, e impõe barreiras burocráticas para dissuadir manifestações internacionais – capitulando à pressão sionista enquanto alega estar tentando se proteger de Israel e evitar pretextos para que as Forças de Ocupação de Israel joguem os palestinos em território egípcio.
Apesar das ameaças, os manifestantes seguem dispostos a furar o bloqueio terrestre ilegalmente imposto por Israel ao povo da Faixa de Gaza. A marcha é esperada para este domingo, dia 15 de junho.