De acordo com revelações do monopólio de imprensa Uol, a Força Aérea Brasileira se negou a compartilhar um banco de dados de vôos ilegais na região amazônica, solicitado pelo MPF durante investigações contra o garimpo na Amazônia. A divulgação dos dados, e determinadas informações sobre as aeronaves, poderia ser um fonte importante de rastreio aos grandes magnatas do garimpo, setor que tem ligação comprovada com militares da Alta Cúpula e que é intocado pelas operações contra os pequenos garimpeiros na Amazônia. 435b3j
Inicialmente, a FAB negou o compartilhamento dos dados com a justificativa que são dados internos da instituição. Quando questionados repetidamente por jornalistas, o Alto Comando da Força Aérea utilizou-se do argumento do risco de “segurança nacional” e evocou um decreto do regime militar para justificar o sigilo.
Militares protegem grande garimpo 5o2c29
Esse novo indício de proteção dos militares reacionários ao grande garimpo não é o único que indica, ou até mesmo comprova, a relação das Forças Armadas reacionárias com o grande garimpo. Nos últimos anos do governo de Bolsonaro e generais, a expansão do garimpo na região amazônica sofreu uma alta gigantesca com o consenso ou a participação direta de militares de altas patentes, alguns deles integrantes do próprio governo. Em 2019, o ex-vice-presidente Hamilton Mourão, reuniu-se com o minerador José Altino Machado, conhecido como “rei do garimpo”. Figuras como esses magnatas são responsáveis pelo aliciamento e exploração máxima contra os camponeses pobres sem terra que, para contornar a miséria, se lançam ao garimpo como única alternativa. Esses pequenos garimpeiros são ainda os únicos alvos das operações de “combate ao garimpo”. Em maio, quatro deles foram assassinados em uma operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na TI Yanomami. Outros 20 mil garimpeiros fugiram da região, sem ter emprego para trabalhar ou terra para plantar.
Mas esse problema não se encerrou com o fim do governo Bolsonaro. Nesse ano, em julho, um tenente coronel do Exército Brasileiro foi investigado por vazar informações de operações policiais para grandes garimpeiros na região de Japurá, no norte do Amazonas. No mês seguinte, o secretário de segurança pública do Amazonas, general do Exército Carlos Alberto Mansur e mais três altos oficiais do Exército reacionário foram alvos de operação que investigava extorsão de garimpeiros ilegais.